Autor desconhecido
Devo ser mesmo
muito antiga.
Só assim para
justificar minha falta de jeito. Meu descompasso.
Não me reconheço nas músicas dos
restaurantes, no assunto da mesa ao lado. Aliás, as músicas dos restaurantes
são as mesmas das academias de ginástica, as mesmas das propagandas de roupa de
grife, de cosmético, de creme dental (que não vejo, claro, mas apostaria um rim
por isso).
Com isso nem pretendo dizer que seja do
tipo especial ou um ser escolhido. Também falo de amor, de dor… grana,
trabalho, família.
Não mesmo.
Mas como
justificar não saber as fofocas da vida alheia (de familiares, vizinhos,
colegas de trabalho)?
Minha mãe semana
pasada, que mora em BH, passou mal e só soube, por acaso, porque um primo de
Governador Valadares postou no grupo do Whatsapp da família (mais dele do que
minha, diga-se de passagem) pedindo aos demais que o avisassem se tivessem mais
notícias da saúde da minha mãe.
Desconfiei que
estava por fora.
Liguei
imediatamente pra ela e ela disse que me avisaria se fosse grave.
De duas uma: ou não combino com nada
porque a gravidade dos temas não encontra equilíbrio na gravidade da vida que
levo ou sou mesmo um ser muito antigo. Fora de moda. Dos eixos. Aliás, do eixo
Rio-Miami, inclusive, porque nem visto para entrar nos EUA consegui. Mesmo sendo funcionária pública federal,
mesmo tendo imóvel e nenhum desejo de morar longe de Diamantina, São Gonçalo do Rio das
Pedras, São Gonçalo do Rio Preto, Conselheiro Mata, Milho Verde, Curralinho,
Guinda, Serro…