Seria a vida, enfim, isso mesmo:
um contínuo ir e vir?
Um parto eterno, cujo filho nunca
nasce inteiro, porque é, antes, a própria contração? Porque é menos a espera de
algo redentor que sucessões e sucessões e sucessões de... Todas e cada uma
delas. Todos e cada um deles.
Estamos preparados para esse tanto? Ou desejamos, no
fundo, uma espécie de vida inseminada, cuja face se conhece antes mesmo de
tocá-la, de vê-la, de senti-la?
— Mas o que eu...
— Não! Não se preocupe, mijito. Você logo
desejará outra coisa, você vai ver! Logo ficará insatisfeito com o que tem e
ansiará o novo. Acontece com todos. Normal. A fila anda e é preciso encontrar
outras razões para movimentar essa engrenagem. Natural.
— Mas é que queria tanto parar aqui... Ficar um
tempo...
— Peeeraí!!!! Mas e se eu não voltar??? Se não
voltar, eu morro?
— Sim. Mas pode ser de felicidade.