Diego Rivera, muralista mexicano
Se todo homem
desvestisse a couraça limitadora do machismo e visse a mulher como uma parceira
e não como uma ameaça, seria possível crer em uniões duradouras, porque felizes
seriam.
A gente compreende,
inclusive, os medos que impulsionam atitudes tirânicas e pouco afeitas ao
reconhecimento da perspicácia do outro. Mas nem sequer discorrer sobre eles é
possível quando instaurado está o desejo de subjugar para mascarar
precariedades. No entanto, mesmo silenciada, sua voz grita, a feminina, sua presença se
impõe como um doloroso incômodo que emudece as alegrias que surgiriam se não
fosse essa estúpida pretensão de se crer dono de tudo: da verdade, do
conhecimento, da razão que mina a energia que costuma impulsionar as ganas de
amar, a vontade de cuidar, o gosto em acolher.
Punheta é bom, mas não
afaga o peito cansado da lida do dia a dia.
Punheta relaxa, mas não
dispensa o abraço doce que se insinua tímido depois de uma jornada de trabalho.
Punheta alivia, mas não
alimenta sozinha uma existência ávida de gozos múltiplos e diversos.
O único tesão que salva
é aquele em que o sexo em riste aponta para o sexo do outro para a consumação
do encontro e não o que aponta para o seu próprio ego.