Marc Chagall, pintor bielorusso
Foi numa exposição de arte que
uma amiga minha proferiu dita expressão.
— É Juju; olha essa gravura. É de
um azuuuuul...
— Mas por quê fálico? Não
entendo...
E caí na gargalhada.
Quase nos expulsam do recinto.
— Olha direito. É um azul
chapado, sem profundidade. Sem nuances...
— ...
— Percebe?
— ?????
Fiquei olhando igual besta pra tela e só conseguia
relacionar a adjetivação inesperada do tal azul com os formatos (esses sim,
eram fálicos) de uma e outra imagens que apareciam na obra.
Continuei olhando. Eu e ela. Eu, rindo,
compulsivamente, e ela se esforçando pra manter a coerência de sua
argumentação.
É que ela é artista plástica, ilustradora, pintora,
desenhista... e eu precisava, de qualquer maneira, dar a ela algum crédito.
Me esforcei à beça e, finalmente, concluí:
— Se é fálico, eu não sei, amiga (vai saber quais são as suas taras ocultas!!!), mas que isso vai virar uma crônica... ah, vai!
Me esforcei à beça e, finalmente, concluí:
— Se é fálico, eu não sei, amiga (vai saber quais são as suas taras ocultas!!!), mas que isso vai virar uma crônica... ah, vai!
Eu já tinha ouvido falar em azul-bebê, azul-royal,
azul-piscina, azul-marinho, mas “azul-fálico” foi novidade.
Pra direita, pra esquerda, mais pra baixo, mais pra
cima... rosinhas, negros, altivos, depressivos, robustos, frágeis, desanimados,
“pra-frentex”, ... fálicos.
Conclusão: nunca vou entender o fálico do azul da
minha amiga (afinal, são tantos os que há; né?!), mas que vou inventar um só
meu; ah, isso vou!!!