terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Devo ser mesmo muito antiga


Autor desconhecido

Devo ser mesmo muito antiga.
Só assim para justificar minha falta de jeito. Meu descompasso.
Não me reconheço nas músicas dos restaurantes, no assunto da mesa ao lado. Aliás, as músicas dos restaurantes são as mesmas das academias de ginástica, as mesmas das propagandas de roupa de grife, de cosmético, de creme dental (que não vejo, claro, mas apostaria um rim por isso).
Com isso nem pretendo dizer que seja do tipo especial ou um ser escolhido. Também falo de amor, de dor… grana, trabalho, família.
Não mesmo.
Mas como justificar não saber as fofocas da vida alheia (de familiares, vizinhos, colegas de trabalho)?
Minha mãe semana pasada, que mora em BH, passou mal e só soube, por acaso, porque um primo de Governador Valadares postou no grupo do Whatsapp da família (mais dele do que minha, diga-se de passagem) pedindo aos demais que o avisassem se tivessem mais notícias da saúde da minha mãe.
Desconfiei que estava por fora.
Liguei imediatamente pra ela e ela disse que me avisaria se fosse grave.
De duas uma: ou não combino com nada porque a gravidade dos temas não encontra equilíbrio na gravidade da vida que levo ou sou mesmo um ser muito antigo. Fora de moda. Dos eixos. Aliás, do eixo Rio-Miami, inclusive, porque nem visto para entrar nos EUA consegui. Mesmo sendo funcionária pública federal, mesmo tendo imóvel e nenhum desejo de morar longe de Diamantina, São Gonçalo do Rio das Pedras, São Gonçalo do Rio Preto, Conselheiro Mata, Milho Verde, Curralinho, Guinda, Serro…