Juliana Leal, fotógrafa brasileira amadora
Não dá trabalho amar,
não. Dá trabalho é curar a ferida do desamor. Feita da espera inútil, do abraço
vazio, do encontro nunca marcado, mas permanentemente esperado. Ferida que
lateja pra lembrar que está ali, ainda que não se queira, ainda que se tente,
conscientemente, esquecê-la. Afinal, certeza é um luxo do qual a gente não
precisa. Nem para o alívio da dor. Pois serventia sempre há para o incômodo.
Nem que seja só pra fazer lembrar que a felicidade também decorre dos riscos
que assumimos. E que, junto com eles, também está no script um par de dissabores ou de fel no canto da boca.
Não é a toa que o adeus
contido já está no encontro; a saudade, no reencontro e o fim tão logo se
profere sins.
Que fazer senão
reverenciar todas as formas de vida, inclusive aquelas que surgem em nuvens
fugidias num céu azul de fim de tarde paraense?
Nenhum comentário:
Postar um comentário