sábado, 16 de março de 2013

Plural


Giovanni Marrozzini, fotógrafo italiano

Pra muitos, mais uma sentença que uma demonstração de afeto. Aprendi na escola.

Coloque no plural!

Pra pluralizar só passando pelo imperativo mesmo. Afinal, quem nessa sociedade do medo, da individualidade patológica, da singularidade que emudece a comunhão que, antes de tudo, quer doar está disposto a incluir sem achar que se está fazendo concessões irreversíveis? Sem deixar de pensar que se anulará na razão exata do espaço que conceder ao outro?

Tolice.

Hordas e hordas de seres, indiscutivelmente singularizados, vagando por aí. Saltando de ser em ser pra sorver de cada um deles, por uma noite, às vezes, até mais, a energia vital da cumplicidade que salva.

Ver um filme, jantar, tomar café da manhã, viajar, fazer compras...

Mire veja: o plural está em toda parte. Inútil singularizar o que só sobrevive com graça entre os nós de nós mesmos.

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