Alexey Bednij, fotógrafo russo
Não se tratava de um jogo. Era vida marcada em brasa por uma
infinidade de sonhos perdidos, desvios de trajetos, encruzilhadas de planos
cujas decisões clamavam por nãos insólitos em meio à fugacidade de certos
prazeres que duravam menos tempo que o cheiro de sexo que cansou de impregnar
mãos e bocas.
Contra isso pouco podia fazer. O certo seria terem lhe advertido
antes de se lançar nessa busca insana e anacrônica pelo bom moço que lhe
salvaria da solidão, da tristeza, da opressão por duas tranças ou por um pé de
sapato.
O conto agora era outro. A mocinha, super descolada, sabe
exatamente o preço, quase sempre alto demais, pra que um galegozinho de
barbicha rala lhe alce uma espada e ela, fingindo uma fragilidade que nunca
teve, se sinta, durante alguns parcos minutos a mulherzinha amada para sempre
das histórias novelescas ou de encantamento cultivadas pelo imaginário de sua
geração. E das posteriores, infelizmente.
Balela.
Diante de um mercado inflacionado em todos os sentidos,
pretender atitudes coerentes por parte de semideuses, porque, claro, muito são
o tesão encarnado em muques, pelos e sêmen, é, sem dúvida, uma tremenda
estupidez. Quase como entrar na cabine daquele programa do Silvio Santos e
trocar uma Hillux por uma banana caturra.
Mas se mais vale um gosto... Vai minha filha! Vai!
Vai se fuder! Ao pé da letra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário