imagem de espetáculo da Companhia de Pina Bausch
A
bolsa está para a mulher (algumas delas ou todas, vacilo) assim como a muleta
está para o vovozinho. Necessidade estrutural. Ponto de fuga entre os
obstáculos vários que vão nos interceptando e esfarelando a pretensa solidez de
nossos propósitos, intenções e quereres. E que vai recortando nossos discursos,
vazando nosso caminho em imprevisíveis atalhos existenciais que mal nos dão
chance do necessário tempo do respiro que abre uma fenda invisível diante da
qual temos a chance de fazer escolhas. Agir.
Minha
bolsa, em inúmeras ocasiões, abre para mim uma espécie de portal dentro do qual
me escondo, despisto, protelo, adio. Sou.
É
com ela que tenho a oportunidade de criar, me (re)criar.
Inútil
reduzi-la a batons, espelhos e tolices.
Sem
ela sou lançada cruamente, e a contragosto, em circunstâncias e me vejo obrigada
a assumir a fictícia posição dos que sabem sempre o que dizer e fazer.
Não!
Bolsa
nunca foi acessório.
de quando a vi pelas suas palavras
ResponderExcluire conheci, mulher de bandeiras
(era o festto)
uma voz adocicada e decidida
presença
sem acessórios.
achei lindo o texto.